Dizem que ele nĂŁo nasceu. Foi invocado numa noite chuvosa, quando um raio atingiu uma pilha de amplificadores velhos e um microfone condenado.
Das faĂscas e do cheiro de ozĂŽnio, surgiu ZĂłinho, o tĂ©cnico de som que enxerga tudo â menos o botĂŁo certo pra apertar.
NinguĂ©m sabe se ele Ă© vivo, morto, ou um espĂrito preso numa frequĂȘncia perdida entre AM e FM.
O que se sabe Ă© que tudo que dĂĄ errado na MorcegĂŁo FM Ă© culpa dele: queda de servidor, vinheta invertida, mĂșsica que some no meio do solo⊠atĂ© chuva de gafanhoto na transmissĂŁo do show do Deep Purple jĂĄ botaram na conta do homem.
Hå quem jure que, no escuro da sala de controle, o Zóinho fala sozinho⊠ou com alguém.
O som das fitas rebobinando ao contrĂĄrio e vozes sussurrando âturn it up to elevenâ seriam sinais de que ele recebe ordens diretas de astros do rock jĂĄ mortos â ou de algo muito pior.
Os conspiracionistas dizem que ZĂłinho guarda, dentro de uma caixa de madeira atrĂĄs da mesa de som, o cabo maldito de Jimi Hendrix, que nunca pode ser conectado sob pena de abrir um portal para o inferno.
JĂĄ os mais mĂsticos garantem que seu âolho bomâ vĂȘ o presente, mas o âolho ruimâ enxerga o futuro⊠e Ă© por isso que ele vive desligando a rĂĄdio âpra evitar uma tragĂ©dia maiorâ.
ConclusĂŁo?
Zóinho é o guardião e a maldição da Morcegão FM. Sem ele, o rock morre. Com ele, a rådio vive⊠mas sempre por um fio. Literalmente.
Sensacional