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Rock e Hip-Hop um casamento perfeito que dura até hoje

Ilustração IA

A mistura da cultura hip-hop e rock’n’roll surgiu nos anos 80 e até hoje as músicas que misturam rap com guitarras distorcidas mostram a criatividade em suas composições

Po: Washington Freire – 29 de outubro de 2025

Na história do rock sempre houve músicos ousados e que se atreveram a misturar ritmos que, para muitos, nunca dariam certo. Mesmo assim, é notório que a raiz do rock surgiu da fusão do blues e da música gospel e, com o passar dos anos, outras vertentes da música negra, como o rap e R&B, foram agregadas ao rock’n’roll. E essa junção do Rock com o Hip-Hop deu certo até os dias de hoje.

Para contar um pouco dessa história de ritmo e poesia, a Morcegão FM apresenta algumas dessas misturas e que se tornaram clássicas. Ou seja, são melodias e sonoridade de guitarras roqueiras alinhadas às batidas e rimas do rap.

Pioneiros do rock/hip-hop

Para começar, nada melhor do que abordar os primogênitos do estilo musical, que é o grupo de rap Run-DMC. O início dessa história ocorre com o lançamento do single Rock Box, de 1984. A música é classificada como uma das primeiras a unir a cultura do Hip-Hop com as guitarras de rock. Em resumo, trata-se de uma composição responsável por popularizar o estilo que surgia nos anos 80.

O ápice dos mixers sonoros ocorreu em 1986, quando os rapers Jason “Jam-Master Jay” Mizell, Joseph “DJ Run” Simons e Darryl “D.M.C.” McDaniels lançaram o terceiro álbum, Raising Hell. Entre as faixas, o Run-DMC regravou a música Walk This Way com a participação especial da banda Aerosmith.

A música estourou mundialmente e ela não só colaborou para divulgação do Hip-Hop, como ajudou os integrantes do Aerosmith a retornarem ao mainstream. Essa composição tornou-se base de referência para artistas que seguiram o mesmo estilo de junção musical.

Os nova iorquinos do Beastie Boys são outra mostra de referência na mistura entre o rap e o rock. Em 1985 surgia o single Rock Hard, música também avaliada como o marco inicial do rap-rock. A composição ganhou repercussão por causa do uso de samples de “Back in Black“, do AC/DC. Porém, esse trabalho só surgiu graças às influências do Rock Box, do Run-DMC, conforme indicam os integrantes da banda.

Em 1989, surge o Body Count, a banda do rapper Ice-T e o guitarrista Ernie C. O grupo trazia letras com conotações sociais, vindas do gangsta rap californiano, e uma sonoridade mais pesada, derivadas das guitarras do hardcore.

O primeiro álbum, Body Count, já demonstrava o porquê surgiram. As letras falavam sobre violência policial e das e de racismo, acompanhadas por riffs pesados das guitarras e batidas de samples.

Outros nova iorquinos são do Anthrax que lançam, em 1991, o álbum Attack of the Killer B’s. No LP, a banda regrava a música Bring the Noise, em parceria com o grupo de rap, Public Enemy. A versão é um marco na fusão de heavy metal com Hip-Hop e ajudou estabelecer as bases para o rap metal e o nu-metal para futuras bandas.

Em 1991, chega o Rage Against the Machine, uma das mais influentes bandas do gênero rap-metal. Com letras que abordam críticas ao sistema, ao governo corporativo e ao imperialismo, os shows com o vocaliza Zack de la Rocha e o guitarrista Tom Morello servem como um ativismo social e de protesto. 

Para reforçar o gênero musical, no ano de 1993 era lançado o filme Judgment Night. A história do drama é baseada em quatro amigos que testemunham um assassinato e acabam sendo perseguidos por uma gangue de traficantes de drogas na cidade de Chicago.

O longa-metragem trazia como trilha sonora bandas e grupos de rap tocando juntos. Entre os artistas que compõe a coletânea, tem Helmet & House of Pain, Sonic Youth & Cypress Hill, Therapy? & Joe Fatal, Living Colour & Run-D.M.C., entre outros. Ou seja, tudo para combinar totalmente com o enredo do filme.

Trilha sonora do filme:

Na década de 90 ainda tiveram outras bandas que seguiram a trilha do rap/rock. Entre elas, tivemos o Linkin Park, de 1993, Limp Bizkit, de 1994, e a banda virtual Gorillaz, em 1998. Esses grupos trouxeram novas sonoridades e efeitos, reforçando que o estilo ainda tem muito para gerar criatividade.

Mistura no território nacional

O Brasil também não fica de fora da lista. Porém, antes disso acontecer, o país passou por um período de resistências. Um grande exemplo foi no Rock in Rio de 1991, quando o cantor Lobão arriscou misturar sua música com uma escola de samba e recebeu muitas vaias do público presente.

Em contrapartida, também em 1991, surgia o movimento Manguebeat, em que teve seu ápice apenas em 1993, dirigido pelo compositor e poeta Chico Science e sua Nação Zumbi,. O movimento foi revolucionário no Brasil e misturava o rock com o estilo da cultura regional do Nordeste e, principalmente, de Pernambuco. Na época, vieram no rabo do cometa outras bandas como Mundo Livre S/A, Devotos do Ódio, Mestre Ambrósio, Mombojó e Sheik Tosado.

A mistura da cultura do Hip-Hop também conseguiu seu espaço com o rock’n’roll no Brasil. Isso foi possível graças a bandas como Planet Hemp, O Rappa, Pavilhão 9, Charlie Brown Jr. e Câmbio Negro.

Ainda, existe uma lista enorme de outros nomes que fizeram história nessa junção de estilos sonoros. Porém, o texto poderia ficar interminável e cansativo para a leitura.

A ideia do portal foi trazer um pouco dessa história musical que conseguiu alinhar as batidas do som das ruas do rap com os amplificadores e distorções das guitarras roqueiras.

O mais legal de tudo isso, é que esse casamento deu tão certo que até hoje surgem novas bandas fazendo o mesmo tipo de som e, principalmente, empolgando multidões de fãs.

Se você tem um nome, cite nos comentários uma banda e uma música de sua preferência!

Sobre Washington Freire da Silva

Colaborador do portal Plantão Rock, da Morcegão FM.

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One comment

  1. Massa, Washington!
    Como sempre , você trazendo matérias interessantes e culturais!
    Parabéns!

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