LP completa 50 anos de lançamento e traz toda a obra com atualizações e faixas bônus de uma das maiores estrelas do rock mundial
Por: Alexandro Cruz – 1 de dezembro de 2025
O lendário álbum de Neil Young, o Tonight’s the Night, acaba de ser relançado. A obra clássica, que completa 50 anos de lançamento, ressurge com alterações em relação ao original, como é o caso de algumas faixas bônus inseridas.
No álbum, Young substituiu a versão original de “Lookout Joe” por outra tomada que foi, de fato, a gravada nas mesmas sessões de estúdio. Também há adições de canções inéditas, gravadas nas sessões do álbum, incluindo uma versão inicial de “Walk On“.
Além disso, o trabalho possui bônus de uma versão de “Raised on Robbery” com a participação de Joni Mitchell. Também tem a música “Wonderin’“, que até então estava disponível apenas para stream no site do músico.
O álbum está disponível nas versões em CD ou LP (duplo). O trabalho está disponível por esse link.
A história do álbum
Escrito e gravado em 1973. O álbum surge logo após as mortes do roadie Bruce Berry — segundo colaborador próximo de Young a falecer de overdose de heroína. Isso ocorreu em um intervalo de seis meses da primeira morte que foi o guitarrista do Crazy Horse, Danny Whitten. Tonight’s the Night foi a expressão musical do luto do músico, combinada com a sua rejeição ao estrelato que havia alcançado no final dos anos 60 e início dos anos 70.
A faixa-título, executada duas vezes, era uma narrativa direta sobre Berry. “Bruce Berry was a working man/He used to load that Econoline van” (Bruce Berry era um trabalhador/Ele costumava carregar aquela van Econoline). Whitten pôde ser ouvido cantando “Come On Baby Let’s Go Downtown“, uma faixa ao vivo gravada anos antes e incluída no LP.
Em outros momentos do álbum, Young referia-se frequentemente ao uso de drogas e utilizava frases que poderiam descrever seus amigos. Um exemplo é no refrão de “Tired Eyes” que diz: “He tried to do his best, but he could not” (Ele tentou fazer o seu melhor, mas não conseguiu).

Produção do álbum
Tocando com os remanescentes do Crazy Horse — o baixista Billy Talbot e o baterista Ralph Molina —, juntamente com Nils Lofgren (guitarra e piano) e Ben Keith (steel guitar), Young se apresentou de maneira crua. Isso foi bem familiar ao álbum ao vivo, Time Fades Away, de 1973. Na época, sua voz estava frequentemente rouca e se esforçava para alcançar notas agudas, enquanto a execução instrumental era solta, com erros e oscilações de andamento.
O mesmo estilo funcionou perfeitamente para Tonight’s the Night, enfatizando o tom emocional do luto de Young. O material contrastou com o som polido do CSNY (Crosby, Stills, Nash & Young) e do álbum Harvest (1972), que Young também repudiava na época.
Álbum quase não saiu
Dependendo da versão em que você acredita, a gravadora Reprise rejeitou o álbum ou Young o retirou de seu lançamento programado para o início de 1974, após uma turnê com o material nos EUA e na Europa. Porém, em 1975, após uma enorme turnê do CSNY, Young descartou de última hora um álbum recém-gravado e, finalmente, lançou Tonight’s the Night em seu lugar.
Embora não tenha se tornado um de seus maiores sucessos comerciais, o álbum foi imediatamente reconhecido como uma obra-prima única pela crítica e continua a ser classificado como um dos maiores álbuns de rock & roll já feitos.
Em resumo, com a versão atualizada, contendo bônus, é possível ouvir um clássico melancólico, instrospecto e que mostra toda a genialidade de um dos maiores compositores do rock mundial.
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