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É o fim da Donzela de Ferro?

Crédito: Site oficial do Iron Maiden

Apesar dos rumores, o Iron Maiden continua vivo, sonoro e com muitos fãs ao redor do Mundo

Por: Caio Ramos – 10 de dezembro de 2025

Há pouco mais de um ano, dentro da “The Future Past Tour”, inspirada no álbum “Somewhere in Time”, de 1986, o Iron Maiden fazia dois shows em São Paulo, no Allianz Parque, com todos os ingressos vendidos. A segunda noite, em 7 de dezembro, foi especial para a banda, sendo o último show do baterista Nicko McBrain, que se aposentou por problemas de saúde. Ele anunciou então que não faria mais turnês, mas que continuaria parte da “família Iron Maiden”, participando de projetos. Ou seja, agora, o novo baterista é Simon Dawson, do British Lion, projeto paralelo do baixista Steve Harris.

Artigo: Será o fim da Donzela de Ferro?
Iron Maiden tocando “Caught Somewhere in Time”, em 6 de dezembro de 2024 no Allianz Parque São Paulo (foto: Caio Ramos)


O público brasileiro, um dos mais fieis da banda em todo o planeta, se sentiu especial por ter recebido o último show com o baterista, que estava na banda desde o início dos anos 80, após saída de Clive Burr. Este amor pela banda por parte dos brasileiros parece ter incomodado o músico Lobão. Ele disse em entrevista ao programa “Benja Me Mucho” que o Iron Maiden é “cafona” e que tem “arranjos de guitarra de porcaria“. Também criticou o vocalista Bruce Dickinson, chamando-o de “muito canastrão, ator péssimo, com canto exagerado e estrambólico“, as letras das músicas e as performances de palco. Nem os fãs escaparam: foram comparados por Lobão à torcida do Corinthians em razão de seu fanatismo.

Turnê de celebração

Europeus e norte-americanos também poderiam ter entrado na mira do grande lobo. Após o fim da “The Future Past Tour”, a banda tem se apresentado com casas lotadas na Europa e América do Norte, com a turnê “Run For Your Lives”. Iniciada em 27 de maio de 2025, a banda toca, em sua maioria, as músicas da primeira fase de sua carreira.

A ideia da turnê é para celebrar o 50º aniversário da banda. Seguindo essa linha, o setlist dos shows tem foco nos primeiros nove álbuns da banda, incluindo músicas que a banda não tocava há tempos. Fazem parte do repertório faixas como “The Rime of the Ancient Mariner” e “Phantom of the Opera“.

The Rime of the Ancient Mariner” em Londres, em show em junho:

Ainda não há datas marcadas para o Brasil. Mas, neste dia 9, a Move Concerts, produtora de shows que já trabalhou com a banda em turnês no Brasil, fez um post nas redes sociais anunciando: “2026. Celebramos 50 anos da Donzela de Ferro“.

Será essa turnê de 50 anos o início do fim para a Donzela de Ferro? Ainda não há posicionamento oficial da banda sobre o encerramento das atividades da banda. O grupo, no entanto, chegou perto de terminar entre o fim de 2024 e 2025. Isso ocorreu após o anúncio feito por Nicko McBrain, de acordo com entrevista do baixista Steve Harris à revista Rock Candy. Mas o próprio Harris continua afirmando que a banda continua em plena atividade.

Entrevista do Stevie Harris para a revista Rock Candy

Fases da banda

A saída de Nicko é mais uma entre as inúmeras trocas de integrantes pelas quais o Iron Maiden tem passado desde sua formação. Após os dois primeiros e sensacionais álbuns com o vocalista Paul Di’Anno, que tinham uma pegada punk, a entrada de Bruce Dickinson levou o grupo para voos maiores, dando à banda características mais melódicas, pelas quais é conhecida até hoje.

Então, começava a “fase de ouro” da banda, cujo ponto mais alto foi a “World Slavery Tour”, do álbum “Powerslave”, de 1984. Foi a maior turnê da história do Iron Maiden, para qual tocou para cerca de 3 milhões e quinhentas mil pessoas. A produção do show destoava (positivamente) do que as bandas de heavy metal faziam na época, com um palco com sarcófagos, pirâmides, esfinges, pinturas até no chão e uma Eddie-múmia gigante. Em várias cidades, a banda tocava noites seguidas, como em Long Beach, na Califórnia, onde fez quatro concertos consecutivos, que foram registrados no imperdível LP ao vivo “Live After Death”.

O registro ao vivo foi aclamado pela crítica e com muito sucesso comercial. Além disso, o disco chegou ao quarto lugar nas paradas inglesas. Na mesma turnê, o Iron Maiden fez seu primeiro show no Brasil, no Rock in Rio de 1985 para um público estimado em 300 mil pessoas.

Após alguns discos experimentais, como “Somewhere in Time” (1986), que conta com sintetizadores, e “Seventh Son of a Seventh Son” (1988), com uma pegada mais progressiva, o Iron lançou o fraco “No Prayer for the Dying”, em 1990. Depois da má recepção dos fãs, tentou voltar à forma com o sucesso “Fear of the Dark”, dois anos depois.

Novo vocal

Alegando diferenças criativas, Dickinson deixou a banda após a turnê do “Fear of the Dark”. Começaria então o ponto mais baixo do Iron Maiden. O novo vocalista, Blaze Bailey (ex-Wolfsbane) não foi muito bem aceito por grande parte dos fãs, assim como os dois discos com sua participação, “The X-Factor” e “Virtual XI”.

Bruce Dickinson voltaria à banda nos anos seguintes, em que o Iron adotou de vez o tom mais progressivo que já indicava antes.

Ao todo, são 17 álbuns de estúdio, 11 ao vivo e 25 turnês ao redor do Mundo. Nada mal para uma banda chamada de “porcaria” por alguns.

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Sobre Caio Ramos

Jornalista, amante do rock, da literatura e de descobrir lugares interessantes em São Paulo.

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