Resenha: Nöthin’ But a Good Time narra hard rock 80’s sem cortes

Obra apresenta boa memorarização underground de uma época dos cabelos repicados e armados, maquiagens excessivas e as besteiras das bandas

Por: Alexandro Cruz – 8 de dezembro de 2025

O que significa a década de 80 para você que curtia hard rock? Pois bem, o livro Nöthin’ But a Good Time, de Tom Beaujour e Richard Bienstock, pode ser um caminho de memoriação ou conhecimento dessa época.

A obra literária rastreia a ascensão decadente e a queda da tão menosprezada cena de hard rock / hair metal dos anos 80 e traz uma narrativa visual que vai do Van Halen às primeiras encarnações da banda Quiet Riot. Também passa pelo sucesso vertiginoso do Mötley Crüe e do Poison, assim como o nascimento do Guns N’ Roses, chegando até a implosão da cena.

A sua história

O livro revela todo tipo de insight dos anos 80, desde o teste de Slash para o Poison até a performance de Sebastian Bach ao lado de Zakk Wylde em um casamento e o que o levou a conseguir a vaga no Skid Row. Também passa pelos pais de Jon Bon Jovi, é claro!

Há todos os tipos de histórias de fundo interessantes. Mas, a grande surpresa é que algumas dessas bandas trabalharam muito duro para alcançar o que conseguiram, vivendo na pobreza absoluta e dedicando absolutamente todas as horas em que estavam acordados para fazer sucesso.

Produção do livro

Corey Taylor, do Slipknot, traz no prefácio do livro uma revelação arrebatadora, declarando seu amor pela cena glam dos anos 80, os jornalistas musicais Beaujour e Bienstock criam uma história oral por meio de entrevistas antigas e novas. Além disso, há citações de uma ampla seleção de personagens de Los Angeles e de muitos outros da época.

O livro traz palavras dos envolvidos que pintam um quadro vívido da cena e de suas confusões. Fazem parte dessa seleta lista pessoas como os magos de A&R, como Tom Zutaut, produtores como Tom Werner (JackAss), as próprias bandas, assessores de imprensa, estilistas ou até mesmo uma ou outra groupie que contam os podres.

Em resumo e sem rodeios, podemos dizer que a escrita e não tem cortes. Trata-se de um diário original e que mostra de fato o que foram aqueles anos de vida puramente sexo, drogas e rock’n’roll entre os envolvidos.

Época inesquecível ou não?

Em resumo, foi claramente uma época selvagem, marcada por misoginia desenfreada e excessos sem limites. Por isso, o livro nos leva aos bastidores das rivalidades e do ridículo dos envolvidos para revelar o último suspiro de uma cena musical tribal. Aliás, momento existente antes do grunge mudar o clima, a internet alterasse a vida como a conhecemos e os celulares substituíssem os isqueiros.

Ame ou odeie, não há como negar que foi o período mais vibrante do hard rock. Apesar de a cena ter o caixão fechado pelas bandas de Seattle, produziu muito rock and roll à moda antiga. Por outro lado, há um monte de coisas que provavelmente é melhor serem esquecidas.

Livro em vídeo

Além da obra literária, ele também foi condensado em uma série documental de três partes no canal Paramount+, Amazon Prime e Aple TV, e que é igualmente divertida, apresentando as ditas entrevistas de vários dos principais protagonistas.

Agora que há algum distanciamento da época, fica claro que, apesar de ter se tornado uma paródia de si mesma no final, muitas músicas ótimas saíram dessa confusão.

O livro também está disponível para o Brasil, em português, e ele pode ser adquirido por aqui.

Como conclusão, para aqueles que cresceram com uma trilha sonora de Hard Rock/Heavy Metal dos anos 80, este livro proporciona uma boa viagem pela memória em uma exposição sem censura das desventuras da época.

Aproveite e ouça abaixo a playlist que fizemos sobre o glam rock dos anos 80 de maneira que você compreenda toda essa onda de admiração dos fãs.