Músico que fez sua passagem deixa um legado de poesia e, principalmente, de vida em nome da paz e do amor ao próximo
Por: Alexandro Cruz – 25 de novembro de 2025
Uma lenda, uma história e um responsável por uma cultura de paz e bem social. Essas poucas palavras podem distinguir um pouco sobre a importância de Jimmy Cliff para o reggae e para um movimento cultural que se tornou hino mundial.
Infelizmente, o lendário músico nos deixou no dia 24 de novembro, aos 81 anos, após problemas de convulsão, devido a uma pneumonia. A informação veio de sua esposa Latifa, que fez uma publicação em suas redes sociais.
Um amor pelo Brasil
Em sua carreira, Jimmy Cliff adotou o Brasil por momento da vida. Ele viveu por anos na Bahia, especificamente em Salvador, onde teve um relacionamento com a artista visual brasileira, Sônia Gomes. Desse amor, nasceu sua filha Nabiyah Be, que é atriz e cantora.
Além de encontrar sua parceria amorosa, a relação do músico com o país foi muito expressivo e duradouro, gerando inúmeras músicas que fizeram parte da vida de várias gerações de brasileiros. Suas canções estiveram presentes em muitas trilhas sonoras de novelas, por exemplo.
Porém, o que ele mais fez, além do seu amor por aqui, foi realizar a importante divulgação da cultura reggae no país. Tanto era essa conexão que lançou em 1968 o álbum Jimmy Cliff in Brazil, com versões em inglês de músicas como Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi.
Outra memória que não pode deixar de comentar foi a sua forte amizade com Gilberto Gil. Dessa linda parceria, os músicos realizaram uma turnê conjunta pelo Brasil em 1980, por exemplo.
Choque de realidade
Apesar de sua vida e paixão pelo Brasil, o músico também se deparou com momentos que não imaginava que poderiam acontecer em um país como o Brasil. Entre os fatos, o que ele mais sentiu e o deixou entristecido foi o preconceito racial que passou. Foi algo que ele não entendia como era possível, principalmente por se tratar de um país onde viviam tantos pretos e pretas.
Essa fase abriu espaço para a composição da música “Many Rivers to Cross“, que narra a sua solidão e a dificuldade de se sentir pertencente de um lugar. A música é muito triste, mas ela, também é responsável por influenciar Eric Clapton na composição de “Tears in Heaven”, dedicada à trágica morte do filho do guitarrista de quatro anos em um acidente doméstico em 1991.
Conquista do Mundo
A época em que Jimmy morava no Brasil também foi o momento mais marcante de sua carreira. Isso porque, enquanto ele vivia em Salvador, seu reggae conquistava o Reino Unido e sua música tornava-se um hino mundial. Com o sucesso, o músico mudou-se para a Inglaterra, de onde ele trabalhou para divulgar o gênero musical e fazer o mundo ouvir a sua música.
A voz da cultura reggae
Jimmy Cliff não tem apenas a importância na música. Ele também foi responsável por abrir as portas para o reggae no mundo e dar espaço para a chegada de Bob Marley.
Graças a sua insistência e, principalmente, letras marcantes de cunho social, principalmente, Jimmy Cliff garantiu que a cultura reggae fizesse parte da trilha sonora de muitas pessoas e de várias gerações.
Reconhecimento
Hoje, Jimmy Cliff faz parte da seleta lista de nomes de reconhecimento por tudo que fez pela música. Ele é um dos dois jamaicanos que fazem parte do Rock and Roll Hall of Fame, ao lado de Bob Marley.
Jimmy fez sua história e a contou para deixar em nossa memória, com poesias como “The Harder They Come” (1972), “Many Rivers to Cross” (1969), “Wild World” (1970), “Reggae Night” (1983).
Foram músicas de uma carreira que surgiram como Ska e se firmaram como hinos de Reggae. E, hoje, fazem parte da nossa vida e sem data limite para acabar. Suas canções se manterão vivas em nossas mentes, almas e corações… Para sempre!
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Parabéns Alex.
Não sabia quase nada sobre a vida de Jimmy Cliff.
Muito top sua matéria.
Obrigado.